Blindar carros está cada vez mais comum nas cidades brasileiras.
Com isso, é natural que o número de veículos blindados também cresça no mercado de seminovos. É por isso que muita gente procura empresas que retiram a proteção dos carros
O interesse surge porque a periodicidade e o custo de manutenção são mais elevados em relação a um veículo original, especialmente depois de alguns anos de uso.
Risco à integridade do carro
A prática, porém, não é aconselhada por especialistas e nem pelas próprias blindadoras.
"Retirar a blindagem representa risco total ao comportamento do veículo, já que o carro recebeu soldas em reforços de novos materiais nas regiões dos anéis das portas e das colunas, além de reforços na suspensão. O custo é muito elevado e o carro fica totalmente desconfigurado. Praticamente não se faz isso", alerta o engenheiro Marco Colosio, mestre em materiais da SAE Brasil.
O discurso é endossado por Edson Barros, gerente de produção da BSS Blindagens.
"Quase todas as partes do veículo são modificadas no processo de blindagem. No caso dos vidros, os vãos das portas são alargados para que os vidros novos possam ser encaixados", afirma.
O especialista cita o exemplo de um BMW Série 5 que estava na oficina da BSS durante a visita de UOL Carros. Os vidros laterais do sedã tem uma espessura de 6 milímetros contra 18 milímetros dos vidros blindados.
As partes internas também são alteradas. O painel de instrumentos precisa ser cortado em alguns milímetros para que o para-brisa mais grosso possa ser encaixado com perfeição. O acabamento dos painéis das portas também é alterado antes de ser recolocado nas portas.
Custos elevados
O proprietário que "desblindar" seu veículo precisará comprar várias peças (internas e externas) para garantir um serviço bem executado.
Isso porque os vidros originais não podem ser encaixados nos vãos das portas, que foram "alargadas" para receber a blindagem. O mesmo acontece com os painéis de porta modificados, que não seriam encaixados adequadamente.
Sendo assim, o custo para realizar o próprio serviço de retirada da proteção somado ao preço de diversas peças novas torna a "desblindagem" um processo muito caro.
"Os gastos para fazer tudo isso são tão grandes que é melhor não adquirir um carro blindado usado se a intenção é retirar a proteção", conclui Edson.
Fonte Uol.com

