Equipamento precisa ter o mesmo grau de proteção do restante do veículo; conheça as alternativas
Se o seu carro tem teto solar e você pretende blindá-lo, mas tem dúvidas se é possível, saiba que o serviço pode ser feito da mesma forma que em veículos que não trazem o equipamento, informa a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin). Mas existem algumas coisas que você precisa entender antes de optar pela proteção.
Qualquer tipo de teto solar, seja simples ou panorâmico, pode receber a blindagem. Se o equipamento tiver opção de abertura e fechamento, porém, essa funcionalidade será perdida em quase todos os casos, já que a espessura e o peso dos materiais usados quase nunca permitem que ela seja mantida. E também não é o indicado. Tanto que, pensando no cliente que pretende blindar o carro, muitas fabricantes deixaram de oferecer o equipamento como item de série para colocá-lo apenas na lista de opcionais.
Algumas blindagens mais antigas até mantinham a função de abertura intacta, já que eram aplicados materiais menos eficientes no local, fazendo com que o teto não tivesse o mesmo grau de proteção do restante do carro. Em quase todos os modelos, a altura dos mecanismos e a distância dos vidros no deslocamento impede que seja instalada uma peça grossa feita de policarbonato como no restante da área envidraçada. "O vidro de um teto normal tem cerca de 4 mm de espessura. Um blindado pode chegar a 22 mm. Por isso a abertura fica comprometida na grande maioria dos carros", explica Marcelo José da Silva, presidente da Abrablin.
Desde 2019, o Exército - que normatiza a blindagem no país - obriga que o nível balístico seja igual em todo o veículo para garantir a segurança dos ocupantes sem que haja algum ponto de vulnerabilidade. Ou seja, se a blindagem é IIIA, a mais comum por aqui (usada por 95% do mercado), o teto precisa ter o mesmo nível de proteção.
Atualmente existem dois tipos de blindagem para quem tem um carro com teto solar: com vidro blindado translúcido ou fechado com manta balística ou aço. A primeira opção é ideal para aqueles que não querem perder a transparência do equipamento, ou seja, mesmo que ele não possa ser movimentado, ainda é possível receber a luz natural dentro do veículo.
Já na segunda é feita aplicação de material opaco sobre o vidro original. Em alguns casos, com a manta balística (mais cara que o fechamento feito com aço, aliás), é possível manter a abertura. Isso porque o material pode ser aplicado na cortina móvel que cobre o teto solar, mantendo as propriedades originais. No teto panorâmico de vidro, por exemplo, essa já não é uma opção viável.
De qualquer forma, especialistas não recomendam essa alternativa. Afinal, a blindagem de um veículo (ainda mais com teto solar) é um processo técnico, complexo e tem como objetivo aumentar a segurança, então não faz sentido manter o teto aberto. "É claro que a pessoa precisa escolher o carro que gosta, mas se ela está pensando na própria segurança, deve cogitar optar por um modelo que seja mais apropriado para o processo de blindagem", finaliza Silva.
Além disso, o peso extra pode afetar ainda mais o centro de gravidade do veículo, já que um teto solar acrescenta até 40 kg a mais em uma blindagem (que pesa de 200 kg a 220 kg no total). Sem contar que pode reduzir a vida útil dos mecanismos elétricos para movimentar o equipamento.
Lembrando ainda que o serviço não é barato: se uma blindagem completa custa, aproximadamente, R$ 70 mil para um sedã médio e de R$ 80 mil para um SUV, com o teto solar esse preço sobe de R$ 6 mil a R$ 9 mil.
Fonte: AutoEsporte
