Os vidros
foram o componente mais citado pelos representantes das quatro blindadores que temos parceria. Isso porque, depois de algum tempo, que pode variar de acordo com o modelo, tipo e qualidade do material da blindagem, e também os cuidados tomados pelo proprietário, os vidros sofrem um processo chamado delaminação.
Isso pode acontecer após três, cinco ou até uma década de uso. Atualmente, já há blindadoras que oferecem dez anos de garantia. A delaminação acontece quando há um deslocamento das lâminas de vidro ou do policarbonato que compõe a proteção balística, gerando bolhas de ar nos vidros ou até fazendo-os perder a transparência.
Ainda relacionado aos vidros, o motor elétrico que faz as janelas subirem e descerem normalmente é trocado quando o carro é blindado, pois o peso extra pede um motor mais potente. Mesmo assim, com o passar do tempo, manutenções são necessárias.
Afinal, imagine ter um carro blindado, mas, ao descer o vidro para tirar um tíquete no guichê eletrônico de um estacionamento, ele acaba não fechando por falta de manutenção? Com o vidro aberto, toda a proteção vai por água abaixo.
Pastilhas de freios
também estão entre os itens que mais precisam de cuidados extras. Devido ao peso extra causado pela blindagem, que pode chegar a até 200 kg, as pastilhas se desgastam a uma velocidade maior do que em um carro sem a proteção balística.
Muito se fala que a blindagem da carroceria
é vitalícia, mas ela não está livre de manutenções. Por isso, na revisão, as empresas costumam fazer testes de infiltração e de alinhamento, por exemplo.
Sérgio Antoniette, da SR Blindagens, cita ainda amortecedores e molas
como itens que requerem atenção. Assim como os freios, eles sofrem com o peso a mais do carro.
O gerente Fábio Raymundo, da Avallon, recomenda que a cada 40.000 ou 50.000 km rodados os amortecedores das portas e porta-malas sejam trocados. Verificar o alinhamento das portas também é outra prática constante que se deve ter com o carro blindado.

O Brasil registrou um novo recorde no setor de blindagem automotiva em 2024, com 34.402 veículos blindados, de acordo com a Associação Brasileira de Blindagem ( Abrablin ). Esse número representa um crescimento de 17,5% em relação ao ano anterior e marca o quarto ano consecutivo de aumento nas blindagens. Em 2021, foram pouco mais de 20 mil carros blindados, e em 2023, o número chegou a 29.296 unidades. Segundo Marcelo Silva, presidente da Abrablin, um dos fatores que contribuem para o crescimento do setor são os avanços na tecnologia de proteção balística, tornando a blindagem mais acessível. Além disso, a agilidade na homologação de produtos balísticos e as certificações de qualidade, como o Selo IQA, também têm aumentado a confiança dos consumidores. As marcas que mais blindaram no país em 2024 foram Toyota, Jeep, BMW, Volkswagen e BYD, indicando uma tendência de consolidação dos veículos eletrificados na frota blindada nacional. A frota total de veículos blindados no Brasil atualmente se aproxima de 400 mil unidades. O estado de São Paulo lidera o ranking de blindagens, com quase 85% das blindagens registradas em 2024, totalizando 28.962 veículos. Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Sul completam a lista dos estados com maior número de veículos blindados. Exceto o estado do Rio Grande do Sul, todos os outros registraram aumento no número de blindagens em comparação com o ano anterior. A região Nordeste tem se destacado como um mercado em expansão para a blindagem automotiva. Em 2024, o PIB da região cresceu 3,8%, superando a média nacional, liderado pelos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Esse crescimento econômico tem impulsionado a demanda por veículos blindados em estados como Ceará e Pernambuco, que aparecem frequentemente no ranking nacional de blindagem. Crescimento da blindagem automotiva no Brasil em 2024 Denis Valentin, diretor financeiro e operacional da Concept Be Safe, prevê um crescimento de 15% a 25% no número de veículos blindados em estados do Nordeste nos próximos anos, considerando fatores como o crescimento econômico e a maior percepção de insegurança em áreas urbanas. Atualmente, a blindagem de nível III-A, que suporta disparos de armas como Magnum 44 e pistola 9mm, é a mais aplicada no Brasil. Fonte: Alpha Autos Notícias