Brasil O Brasil dos carros blindados

10 de outubro de 2023

Nenhum outro país chega sequer perto da nossa expressiva frota 

O Brasil ostenta, indiscutivelmente, a maior frota de carros blindados do mundo, com números impressionantes, que variam de 116 000 a 300 000 unidades, dependendo da fonte. Nenhum outro país chega sequer perto dessa marca. Surpreendentemente, nações com históricos de violência e crime organizado, como México e Rússia, possuem frotas menos expressivas que a brasileira. 

A proliferação de carros blindados é uma resposta tanto à realidade da violência quantificada em números alarmantes quanto à percepção generalizada de insegurança que permeia a sociedade brasileira. As consequências da violência são avassaladoras, afetando profundamente a sociedade na forma de desemprego, disparidades sociais e econômicas, queda na arrecadação de impostos e precariedade nos serviços públicos — e essas são apenas algumas das consequências. 

Além disso, a violência provoca a privatização da segurança, situação em que apenas aqueles que podem arcar com carros blindados e seguranças pessoais se sentem protegidos, ampliando o abismo entre os privilegiados e os que enfrentam o caos do cotidiano sem proteção. A violência é tanto um dos mais graves sintomas da desigualdade quanto uma de suas causas. 

Em 2022, o Brasil registrou 47 398 mortes violentas intencionais, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, o que equivale a quase 130 mortes por dia. A média, embora represente uma redução pequena sobre a taxa diária de 2021 (132), é a mais baixa desde 2011. No primeiro semestre deste ano, o país contabilizou 18 700 mortes violentas, uma média de quase 103 por dia, em comparação com 20 400 no mesmo período do ano anterior. 


“A violência exige soluções sistêmicas que envolvam um plano abrangente de reconstrução da segurança pública” 


A tendência de queda observada em 2022, com uma redução de 1,8% nos homicídios dolosos, é um sinal positivo, mas os números continuam chocantes. Denunciar essa situação é importante, mas não suficiente. A violência no Brasil exige soluções sistêmicas que envolvam um plano abrangente de reconstrução da segurança pública unindo os três poderes da União e os entes federativos. Tal processo deve se basear em análises, pesquisas e aplicação de tecnologia de ponta, com orçamentos específicos e metas bem definidas. 

A redução das mortes violentas, o que vem ocorrendo desde 2021, precisa ser acompanhada da restauração da sensação de segurança nas ruas e nos transportes públicos. E isso pode ser alcançado por meio policiamento constante e visível, uso de tecnologia para identificação de criminosos, análise estatística de ocorrências criminais, inteligência policial e revitalização de áreas negligenciadas pelo poder público, incluindo melhorias na iluminação. 

Enquanto uma abordagem sistêmica da violência não se concretizar e a cultura do crime persistir, o Brasil seguirá conhecido como “o país dos carros blindados”. Seria até irônico sugerir a criação de um “carro popular blindado” pelo governo. 

A sociedade e o governo não podem esperar que a situação melhore por si. A esperança não é estratégia adequada para enfrentar um problema que pode se agravar ainda mais, como comprovam os eventos recentes na Bahia, no Rio de Janeiro e na Baixada Santista. Enquanto isso, as vendas de carros blindados continuarão a aumentar. 

Pois, como disse o político irlandês John Philpot Curran, no século XVIII, “a condição sob a qual Deus deu liberdade ao homem é a eterna vigilância”. 


FONTE: VEJA

22 de abril de 2025
O mercado de blindagem automotiva no Brasil vive um de seus melhores momentos, com crescimento contínuo e recorde de produção. A alta na procura, no entanto, começa a gerar pressão sobre a cadeia produtiva, especialmente na oferta de vidros blindados — item essencial e sensível no processo de blindagem. Com isso, a demanda crescente tem exigido das empresas mais planejamento e expansão da capacidade industrial, sem comprometer a qualidade do serviço. Está faltando vidro? Segundo o presidente da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), Marcelo Silva, a indústria está reagindo com soluções estruturais para aumentar o fornecimento dos insumos. "É um material técnico, com riscos de trincas e quebras na manipulação e transporte. Por isso, vemos empresas apostando na verticalização, criando suas próprias fábricas de vidros e mantas balísticas para garantir o ritmo da produção", afirma. Em 2024, o setor alcançou o recorde de 34 mil veículos blindados produzidos, e já movimenta uma frota circulante de cerca de 400 mil veículos seminovos blindados. A cadeia produtiva emprega hoje aproximadamente 120 mil pessoas, somando empregos diretos e indiretos. Para atender à demanda crescente, algumas empresas do setor têm operado até em três turnos, ajustando sua capacidade de produção conforme o ritmo do mercado. "Como o serviço é feito sob encomenda, o consumidor que decide trocar de carro também encomenda a blindagem. Em períodos de maior procura, os prazos — que normalmente giram em torno de 25 dias corridos — tendem a se alongar um pouco mais", explica Silva. Apesar da ideia comum de que blindagem está ligada à violência urbana, os dados mostram um novo perfil de consumidor. Mesmo com a queda nos índices de criminalidade, especialmente em São Paulo (que concentra 85% do mercado) a procura continua em alta. "Hoje, a blindagem é associada também à confiança, conforto e valorização do veículo", pondera o executivo. Silva acrescenta que, no entanto, o segmento de blindados é um setor volátil, sujeito a fatores externos como políticas econômicas internacionais. FONTE : UOL IMAGEM : Jales Valquer /Fotoarena/Folhapress
17 de abril de 2025
O Brasil registrou um novo recorde no setor de blindagem automotiva em 2024, com 34.402 veículos blindados, de acordo com a Associação Brasileira de Blindagem ( Abrablin ). Esse número representa um crescimento de 17,5% em relação ao ano anterior e marca o quarto ano consecutivo de aumento nas blindagens. Em 2021, foram pouco mais de 20 mil carros blindados, e em 2023, o número chegou a 29.296 unidades. Segundo Marcelo Silva, presidente da Abrablin, um dos fatores que contribuem para o crescimento do setor são os avanços na tecnologia de proteção balística, tornando a blindagem mais acessível. Além disso, a agilidade na homologação de produtos balísticos e as certificações de qualidade, como o Selo IQA, também têm aumentado a confiança dos consumidores. As marcas que mais blindaram no país em 2024 foram Toyota, Jeep, BMW, Volkswagen e BYD, indicando uma tendência de consolidação dos veículos eletrificados na frota blindada nacional. A frota total de veículos blindados no Brasil atualmente se aproxima de 400 mil unidades. O estado de São Paulo lidera o ranking de blindagens, com quase 85% das blindagens registradas em 2024, totalizando 28.962 veículos. Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Sul completam a lista dos estados com maior número de veículos blindados. Exceto o estado do Rio Grande do Sul, todos os outros registraram aumento no número de blindagens em comparação com o ano anterior.  A região Nordeste tem se destacado como um mercado em expansão para a blindagem automotiva. Em 2024, o PIB da região cresceu 3,8%, superando a média nacional, liderado pelos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Esse crescimento econômico tem impulsionado a demanda por veículos blindados em estados como Ceará e Pernambuco, que aparecem frequentemente no ranking nacional de blindagem. Crescimento da blindagem automotiva no Brasil em 2024 Denis Valentin, diretor financeiro e operacional da Concept Be Safe, prevê um crescimento de 15% a 25% no número de veículos blindados em estados do Nordeste nos próximos anos, considerando fatores como o crescimento econômico e a maior percepção de insegurança em áreas urbanas. Atualmente, a blindagem de nível III-A, que suporta disparos de armas como Magnum 44 e pistola 9mm, é a mais aplicada no Brasil. Fonte: Alpha Autos Notícias
15 de abril de 2025
Motorista precisa redobrar a atenção quanto à temperatura dentro do carro e também com vidros e portas.
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