Não é novidade que, nas últimas décadas, as mulheres vêm cada vez mais ocupando espaços que, até então, eram dominados por homens. Um deles é a estrada, em que a força feminina tem marcado presença na direção de caminhões, caminhões, cegonha e outros veículos de transporte de carga.
De acordo com dados divulgados em 2018, pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), as mulheres somam 182.376 profissionais, entre os motoristas de caminhões, caminhões cegonha e demais veículos pesados. Elas correspondem a 6,5%¨de um total de 3 milhões de pessoas com habilitação específica para transportes carga pesada. É um índice que revela o nascimento de uma presença feminina nas estradas.
Outro dado que aponta o aumento no número de mulheres que comandam transportes é o projeto Primeira Habilitação para o Transporte, realizado anualmente pelo Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST SENAT), desde 2014. Já na sua primeira edição, 44,7% dos inscritos eram mulheres interessadas em trabalhar na condução de veículos.
O estado que concentra o maior número de mulheres que conduzem caminhões, cegonhas e outros veículos de carga é São Paulo, com 143.652 pessoas do sexo feminino ao volante, segundo dados da Denatran. Os estados do Paraná e do Rio de Janeiro ocupam a segunda e terceira posição, com 6.757 e 5.870 caminhoneiras, respectivamente.
As mulheres que comandam caminhões, cegonhas e carros especiais
A chamada divisão sexual do trabalho ajuda a entender a discrepância ainda expressiva no número de homens e mulheres nas estradas. Em sua tese intitulada “Mulheres motoristas de caminhão: realidades, estereótipos e desafios”, a pesquisadora Luna Gonçalves da Silva reflete sobre o cotidiano e a saúde física das caminhoneiras no país.
“A divisão sexual do trabalho caracteriza-se pela designação dos homens à esfera produtiva e das mulheres à esfera reprodutiva. Tal divisão parte de dois princípios organizadores: o de separação, onde há trabalhos e tarefas de homens e mulheres, e o hierárquico, onde o trabalho realizado pelo homem “vale” mais que o trabalho realizado pela mulher”, explica a pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP).
Nos últimos anos, contudo, caminhoneiras mulheres têm mudado esse cenário sexista e se mostrado sua força nas rodovias país afora. Desde 2009, a gaúcha Sheila Rosa Marchiori faz sucesso falando de sua rotina como motorista de caminhão em seu canal no YouTube (Sheila Bellaver), que já chega a cerca de 1,5 milhão de seguidores.
Em seus vídeos, Sheila exibe as aventuras que vive com seu caminhão todo cor-de-rosa, como nos momentos em que ele apresenta falhas técnicas ou em que ela se depara com uma tempestade no meio da estrada, numa entrega de frutas. Ser motorista de caminhão era um sonho de infância que a gaúcha conseguiu realizar após muita resistência das pessoas ao seu redor.
Outra celebridade e caminhoneira é a capixaba Anailê Goulart, que, com seu canal no YouTube, já conseguiu conquistar em torno de 300 mil inscritos. Em seus vídeos, ela trata das viagens que faz e da reforma que, junto com seu marido, realiza no Jacaré, como ela chama o caminhão Scania L 110 de 1973, que está com o casal há alguns anos.
Anailê, em seu canal, diz que o Jacaré é seu quarto filho, sendo o caçula depois dos seus outros três filhos humanos. Com seu velho caminhão, ela percorre trajetos curtos, de até 10km, mesmo de madrugada. Sua entrada no mundo das estradas se deu com o incentivo do marido, quando ambos perceberam que o trabalho como caminhoneiros poderia ser mais lucrativo do que suas carreiras anteriores.

O Brasil registrou um novo recorde no setor de blindagem automotiva em 2024, com 34.402 veículos blindados, de acordo com a Associação Brasileira de Blindagem ( Abrablin ). Esse número representa um crescimento de 17,5% em relação ao ano anterior e marca o quarto ano consecutivo de aumento nas blindagens. Em 2021, foram pouco mais de 20 mil carros blindados, e em 2023, o número chegou a 29.296 unidades. Segundo Marcelo Silva, presidente da Abrablin, um dos fatores que contribuem para o crescimento do setor são os avanços na tecnologia de proteção balística, tornando a blindagem mais acessível. Além disso, a agilidade na homologação de produtos balísticos e as certificações de qualidade, como o Selo IQA, também têm aumentado a confiança dos consumidores. As marcas que mais blindaram no país em 2024 foram Toyota, Jeep, BMW, Volkswagen e BYD, indicando uma tendência de consolidação dos veículos eletrificados na frota blindada nacional. A frota total de veículos blindados no Brasil atualmente se aproxima de 400 mil unidades. O estado de São Paulo lidera o ranking de blindagens, com quase 85% das blindagens registradas em 2024, totalizando 28.962 veículos. Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Sul completam a lista dos estados com maior número de veículos blindados. Exceto o estado do Rio Grande do Sul, todos os outros registraram aumento no número de blindagens em comparação com o ano anterior. A região Nordeste tem se destacado como um mercado em expansão para a blindagem automotiva. Em 2024, o PIB da região cresceu 3,8%, superando a média nacional, liderado pelos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Esse crescimento econômico tem impulsionado a demanda por veículos blindados em estados como Ceará e Pernambuco, que aparecem frequentemente no ranking nacional de blindagem. Crescimento da blindagem automotiva no Brasil em 2024 Denis Valentin, diretor financeiro e operacional da Concept Be Safe, prevê um crescimento de 15% a 25% no número de veículos blindados em estados do Nordeste nos próximos anos, considerando fatores como o crescimento econômico e a maior percepção de insegurança em áreas urbanas. Atualmente, a blindagem de nível III-A, que suporta disparos de armas como Magnum 44 e pistola 9mm, é a mais aplicada no Brasil. Fonte: Alpha Autos Notícias